- PÃO DA VIDA
- E ALIMENTO MAIS PRECIOSO
Na Liturgia da Palavra de hoje 6 de Maio e 3ª-Feira da 3ª Semana da Páscoa A, Jesus, interpelado pela multidão, que tinha sido alimentada milagrosa e abundantemente, como quem pede ou exige explicações, por não se ter ainda apercebido de que Jesus de Nazaré não é apenas o filho do Carpinteiro, para dar o sinal da sua autoridade e da sua divindade, diz expressamente que é o Pão da Vida.
Depois da multiplicação dos pães e dos peixes, no discurso da sinagoga de Cafamaum, Jesus teve ocasião de dizer :
- "Eu sou o pão da vida; o que vem a Mim jamais terá fome e o que acredita em Mim jamais terás sede". (Jo. 6/35).
Este pão não é como o maná que "Deus mandou do céu", no deserto e aqueles que o comeram morreram :
- "Meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do céu, pois o pão de Deus é que desce do céu e dá a vida ao mundo". (Jo.6/32-33).
Jesus fazia referência à Eucaristia que é o dom do Corpo e Sangue de Cristo em que a Igreja oferece em sacrifício sobre o altar o mesmo que foi sacrificado no Calvário.
Este acto litúrgico realiza-se com o pão e o vinho que se transformam no nosso alimento e bebida espiritual.
O "maná", que é Jesus, é a plenitude de tudo quanto Israel recebeu no deserto e nós recebemos diariamente como pão vivo, como o Pão de Deus que vem da boca de Deus :
- "...depois alimentou-te com esse maná que não conhecias e que os teus pais não conheceram, para te ensinar que o homem não vive somente de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor". (Dt.8/3).
Na pessoa de Jesus Cristo Deus não envia apenas o Pão do Céu ; Ele é o verdadeiro Pão da Vida, vindo do Céu, que alimenta todos os que tomam parte nele.
O Pão da Vida é, portanto o Alimento mais precioso, porque é um alimento espiritual .
Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história.(Ecclesia de Eucharistia).
Em 2003, o papa João Paulo II escreveu a sua décima quarta Encíclica «Ecclesia de Eucharistia», dirigida aos bispos, presbíteros e diáconos, às pessoas consagradas e a todos os fiéis leigos, sobre a Eucaristia na sua relação com a Igreja.
Diz o papa na sua Introdução :
- «A Igreja vive da Eucaristia.
Esta verdade não exprime apenas uma experiência diária de fé, mas contém em síntese o próprio núcleo do mistério da Igreja.
A Eucaristia, presença salvífica de Jesus na comunidade dos fiéis e seu alimento espiritual, é o que de mais precioso pode ter a Igreja no seu caminho ao longo da história.
Não há dúvida que a reforma litúrgica do Concílio trouxe grandes vantagens para uma participação mais consciente, activa e frutuosa dos fiéis no Santo Sacrifício do Altar.
...A devota participação dos fiéis na Procissão Eucarística da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo é uma graça do Senhor que anualmente enche de alegria quantos nela participam.
A par destas luzes, não faltam sombras , infelizmente.
De facto, há lugares onde se verifica um abandono quase completo do culto de adoração eucarística.
Num contexto eclesial ou outro, existem abusos que contribuem para obscurecer a recta fé e a doutrina católica acerca deste admirável sacramento.
Às vezes transparece uma compreensão muito redutiva do mistério Eucarístico.
Despojado do seu valor sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de um encontro fraterno ao redor da mesa.
Além disso, a necessidade do sacerdócio ministerial, que assenta na sucessão apostólica, fica às vezes obscurecida, e a sacramentalidade da Eucaristia é reduzida à simples eficácia do anúncio.
Aparecem depois, aqui e além, iniciativas ecuménicas que, embora bem intencionadas, levam a práticas na Eucaristia contrárias à disciplina que serve à Igreja para exprimir a sua fé.
Como não manifestar profunda mágoa por tudo isto ?
A Eucaristia é um dom demasiado grande para suportar ambiguidades e reduções.
Espero que esta minha carta encíclica possa contribuir eficazmente para dissipar as sombras de doutrinas e práticas não aceitáveis, a fim de que a Eucaristia continue a resplandecer em todo o fulgor do seu ministério».
Como se pode ver, esta Introdução é um desabafo do papa contra os abusos litúrgicos que se observam com muita intensidade a respeito da Eucaristia.
Uns, por parte dos fiéis, fruto de ignorância, má formação cristã e alguma coisa de condenável superstição ou fanatismo.
Outros, por culpa dos responsáveis da hierarquia, porque também, por vezes orientam mal, ou não corrigem os erros e abusos dos fiéis, e também não dão as necessárias informações doutrinárias, litúrgicas e pastorais.
Depois desta Encíclica o Papa resolveu estabelecer um «Ano da Eucaristia», para chamar os fiéis, não só à Adoração, como também a uma melhor compreensão e vivência da Presença Real e à prática da Comunhão Sacramental em estado de graça, como condição de Salvação Eterna.
E porque estamos exactamente dentro do Tempo Pascal em que Cristo instituíu a Eucaristia e o sacerdócio, vamos também apresentar às Quintas-Feiras o tema eucarístico do Partir do Pão.
Nascimento
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